Por outro lado, outras vozes argumentam que, embora importante, o 25 de Novembro não deve ser sobrevalorizado ao ponto de ofuscar o 25 de Abril. Argumenta-se que “sem Abril não havia Novembro” e que a data deve ser vista como “inseparável da celebração do 25 de Abril”, mas não como “o outro 25 de Abril”. Esta perspetiva alerta para o risco de uma apropriação política da data pela direita, que a utiliza para desvalorizar o caráter progressista da Revolução dos Cravos.

O debate, portanto, não é apenas sobre o passado, mas reflete as tensões políticas do presente, com diferentes forças a tentarem moldar a memória histórica do período pós-revolucionário em função das suas próprias agendas ideológicas.