A corrida às eleições presidenciais portuguesas intensificou-se com uma série de debates televisivos que evidenciaram as profundas divergências ideológicas entre os candidatos. Os confrontos entre Jorge Pinto e João Cotrim de Figueiredo, e entre Catarina Martins e Henrique Gouveia e Melo, foram marcados por trocas de acusações e visões opostas para o país. No debate entre o candidato apoiado pelo Livre, Jorge Pinto, e o da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, o ambiente foi tenso, com "acusações mútuas de falta de honestidade". As principais divergências centraram-se no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com Cotrim de Figueiredo a afirmar que existe "corrupção" no sistema, enquanto Jorge Pinto o defendeu como "a mais bela conquista" da democracia. Cotrim de Figueiredo reiterou ainda ter sofrido pressões da candidatura de Marques Mendes para desistir.
Já o frente-a-frente entre Henrique Gouveia e Melo e Catarina Martins foi descrito como um confronto com "um oceano de diferenças". O almirante criticou a candidata do Bloco de Esquerda pela sua "ideologia marxista", ao passo que Catarina Martins acusou Gouveia e Melo de "almoçar com a extrema-direita e com magnatas".
Apesar das discordâncias em quase todos os temas, ambos os candidatos convergiram na ideia de que só usariam o poder presidencial de demitir o Governo numa "situação limite" ou num caso "muito grave", favorecendo a estabilidade governativa.
Os debates serviram para vincar os perfis e as propostas distintas, tornando mais claras as opções para o eleitorado.
Em resumoOs recentes debates presidenciais expuseram as claras divisões ideológicas entre os candidatos. Enquanto Pinto e Cotrim de Figueiredo se confrontaram sobre o SNS e a integridade, Martins e Gouveia e Melo revelaram visões antagónicas sobre o modelo de sociedade, encontrando um raro ponto de consenso na utilização ponderada dos poderes presidenciais.