No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, dados divulgados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e pela ONU revelam um cenário preocupante. Em Portugal, o número de mulheres vítimas de crime apoiadas pela APAV aumentou mais de 11% entre 2022 e 2024, com a associação a acompanhar mais de 36 mil vítimas no período, a uma média de 20 por dia. A violência doméstica continua a ser o crime mais reportado, representando mais de 80% dos casos. A associação alerta que a violência está a tornar-se "mais letal e rápida na escalada", passando rapidamente de agressões emocionais para tentativas de homicídio.
Desde o início do ano, 24 mulheres foram mortas em contexto de violência doméstica.
A nível global, a ONU estima que, em 2024, uma mulher ou menina foi morta a cada 10 minutos por um companheiro ou familiar.
Outra preocupação crescente é o abuso em ambiente digital.
Um relatório da ONU indica que uma em cada quatro jornalistas no mundo recebe ameaças online, incluindo de morte, e que quase dois mil milhões de mulheres e raparigas continuam sem proteção legal contra assédio digital.
Em Lisboa, centenas de pessoas marcharam para exigir respostas a esta problemática e criticar o estado da saúde sexual e reprodutiva.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes prometeu "tolerância zero" e afirmou que, se for eleito, nunca concederá indultos a condenados por violência doméstica.
Para aumentar a consciencialização, o Palácio de Belém foi iluminado de laranja, associando-se à iniciativa "Orange Day" das Nações Unidas.
Em resumoOs dados mais recentes sobre violência contra as mulheres são alarmantes, com um aumento de 11% no apoio a vítimas pela APAV em três anos e uma escalada da letalidade. A violência digital surge como uma nova frente de preocupação, enquanto iniciativas como marchas de protesto e a iluminação do Palácio de Belém procuram sensibilizar para um flagelo que, em 2024, matou uma mulher a cada 10 minutos no mundo.