Estas alterações, aprovadas contra a vontade da coligação no poder, demonstram a fragilidade parlamentar do Executivo. Durante os últimos dias de votação na especialidade do Orçamento, os partidos da oposição, em particular o PS e o Chega, uniram-se para aprovar várias medidas contra a vontade do Governo. Uma decisão fundamental foi a rejeição da proposta do Governo para descongelar as propinas universitárias e indexá-las à inflação. Em vez disso, foi aprovada uma proposta do PS para as manter congeladas no valor atual de 697 euros, com o apoio do Chega e dos partidos de esquerda. Outra derrota significativa para o Governo foi a aprovação de propostas do PS e do Chega para eliminar ou reduzir as portagens em várias autoestradas, incluindo a A25 e troços da A2 e A6 para residentes no Alentejo.

O Governo alertou que estas medidas teriam um impacto orçamental significativo, estimado em mais de 100 milhões de euros anuais, com o PSD a acusar a oposição de "populismo rodoviário". Adicionalmente, uma proposta do Chega para aumentar o orçamento do Tribunal Constitucional em 1,6 milhões de euros foi também aprovada com o apoio do PS, após o presidente do tribunal ter solicitado mais fundos numa audição parlamentar. Estas votações evidenciam a posição minoritária do Governo e a capacidade da oposição de se unir em questões específicas para alterar o orçamento.