Um relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) revela um aumento significativo no atendimento a estrangeiros não residentes nos serviços de urgência da Unidade Local de Saúde (ULS) de São José, em Lisboa, entre 2023 e 2024. O número de partos de mulheres estrangeiras mais do que duplicou no mesmo período. Segundo os dados, as urgências da ULS São José assistiram um total de 27.703 estrangeiros não residentes ao longo dos dois anos, o que representa um crescimento de 16,5%. Em 2024, foram atendidos quase 15 mil não residentes, sendo que 60% destes não possuíam seguro de saúde. O relatório destaca um aumento particularmente acentuado nos serviços de obstetrícia e ginecologia, onde o número de partos de mulheres estrangeiras não residentes subiu 126%, passando de 83 em 2023 para 188 em 2024.
Apesar do crescimento expressivo, estes partos representam apenas 5,6% do total realizado na ULS.
A maioria das utentes estrangeiras que recorreram à obstetrícia eram provenientes do Sul da Ásia.
No geral, os principais motivos para o recurso às urgências por parte de não residentes foram doença e quedas. Os dados mostram que os cidadãos brasileiros e europeus foram os que mais procuraram os serviços de urgência. A IGAS evidencia a crescente pressão sobre os serviços de saúde na capital, impulsionada em parte pela população não residente.
Em resumoAs urgências da ULS de São José registaram um aumento de 16,5% nos atendimentos a estrangeiros não residentes, com os partos de mulheres nesta condição a duplicarem entre 2023 e 2024. O relatório da IGAS sublinha a crescente procura dos serviços de saúde por esta população, maioritariamente sem seguro, embora o seu impacto no número total de partos seja ainda reduzido.