A Ucrânia foi abalada por uma grave crise política com a demissão de Andriy Yermak, chefe de gabinete do Presidente Volodymyr Zelensky e considerado o segundo homem mais poderoso do país, após ter sido alvo de buscas no âmbito de um vasto esquema de corrupção. A investigação, conduzida pelas agências anticorrupção ucranianas, centra-se em suspeitas de subornos na empresa estatal de energia Energoatom, num valor que ronda os 86 milhões de euros. Yermak, que era também o principal negociador de paz da Ucrânia, é suspeito de ter beneficiado do esquema através do financiamento de propriedades. A sua demissão ocorre num momento particularmente delicado, em que decorrem negociações para um plano de paz com a Rússia, mediado pelos Estados Unidos.
Analistas e comentadores políticos consideram que este escândalo mina a credibilidade de Zelensky, tanto a nível interno como externo, e fragiliza a posição negocial de Kiev. Diana Soller, comentadora da CNN Portugal, afirma que "a Ucrânia está a passar pela sua maior crise de legitimidade" e que, num cenário de paz, o governo "provavelmente cairia".
A situação é vista como um "trunfo extra para Putin" e uma oportunidade para a administração Trump pressionar a Ucrânia a aceitar um acordo, com notícias a indicarem que o presidente dos EUA já está a utilizar o caso para esse fim.
O escândalo expõe as lutas internas entre as elites em Kiev e aumenta o desgaste junto dos aliados ocidentais, cuja confiança é vital para o esforço de guerra.
Em resumoA demissão de Andriy Yermak, figura central do governo de Zelensky, devido a um escândalo de corrupção, mergulha a Ucrânia numa crise de credibilidade. O caso fragiliza a liderança de Zelensky num momento crítico das negociações de paz, dando vantagem a Moscovo e aumentando a pressão dos aliados para uma resolução do conflito.