O médico dermatologista Miguel Alpalhão apresentou a sua demissão do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, após ter sido suspenso de funções pela administração da unidade hospitalar. A polémica surgiu depois de ser noticiado que o clínico faturou cerca de 715 mil euros em três anos através de cirurgias realizadas em regime de produção adicional. Este regime foi criado para reduzir as listas de espera, permitindo a realização de procedimentos fora do horário normal de trabalho. A suspensão de Miguel Alpalhão, que incluiu a perda total de vencimento, foi decidida pelo Conselho de Administração da ULS de Santa Maria na sequência das conclusões de um relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e de auditorias internas.
O hospital pretende que o médico seja despedido e que devolva os montantes que terá ganho indevidamente. Em resposta, Miguel Alpalhão queixou-se de "discriminação e perseguição", alegando que não lhe restava outra atitude perante o que considerou ser um tratamento "humilhante, degradante e persecutório" por parte da administração.
O médico ainda aguarda o desfecho do processo disciplinar que lhe foi instaurado, o qual poderá culminar na obrigação de devolver os valores recebidos.
Em resumoA demissão do dermatologista Miguel Alpalhão do Hospital de Santa Maria marca o culminar de uma polémica sobre os seus elevados rendimentos com cirurgias adicionais. O médico alega ser vítima de perseguição, enquanto o hospital, após suspendê-lo com base num relatório da IGAS, prossegue com um processo disciplinar que poderá levar à devolução dos montantes em causa.