Portugal prepara-se para se tornar um centro mundial de telecomunicações óticas com a inauguração do maior banco de testes de fibra ótica multinúcleo do mundo, instalado na Linha Amarela do Metropolitano de Lisboa. O projeto, liderado pelo Iscte em parceria com o grupo alemão Heraeus Covantics e o Metropolitano de Lisboa, visa testar uma nova geração de fibras óticas em condições reais, replicadas pelo ambiente adverso de uma linha de metro. A iniciativa já atraiu o primeiro grande parceiro internacional: o Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (NICT) do Japão. A agência estatal japonesa, responsável por quebrar o recorde mundial de velocidade de internet em 2025, celebrará um protocolo com o Iscte para a realização de testes conjuntos a partir de 2026.
Jorge Costa, vice-reitor do Iscte, destacou que o NICT "é o primeiro grande gigante tecnológico mundial a formalizar a sua participação nos testes". Yoshinari Awaji, diretor do NICT, afirmou que o banco de testes oferece uma "oportunidade única" para acelerar a descoberta de novos conhecimentos científicos.
O "testbed" conta com um cabo de 728 quilómetros de fibras com quatro e sete núcleos, concebidas e fabricadas pela Heraeus Covantics. O projeto envolve um investimento de 2,3 milhões de euros, dos quais 588 mil são fundos europeus, e perspetiva-se que atraia outras grandes empresas de telecomunicações como a AT&T, a Deutsche Telekom ou a Vodafone.
Em resumoA criação do banco de testes de fibra ótica multinúcleo em Lisboa, uma colaboração entre a academia e a indústria, posiciona Portugal na vanguarda da investigação em telecomunicações. A associação com o prestigiado NICT do Japão valida a relevância do projeto e reforça o seu potencial para atrair investimento e talento, consolidando o país como um polo de inovação tecnológica a partir de 2026.