Esta movimentação, agendada para a Assembleia Geral da ONU em setembro, intensifica a pressão sobre Israel e aprofunda o seu isolamento, juntamente com o seu principal aliado, os Estados Unidos. O Governo português anunciou que irá auscultar o Presidente da República e os partidos com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” em setembro, juntando-se a uma iniciativa que já conta com o apoio de França, Reino Unido e Canadá.
Esta concertação de posições entre potências ocidentais, incluindo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, deixaria os EUA numa posição de minoria sem precedentes neste órgão. A decisão surge num contexto de crescente indignação internacional com a crise humanitária em Gaza e é vista como uma forma de preservar a solução de dois Estados.
A medida, contudo, enfrenta forte oposição.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu ao anúncio canadiano com uma ameaça comercial, afirmando que seria “muito difícil” chegar a um acordo se Otava avançar com o reconhecimento.
Israel, por sua vez, condenou a intenção do Canadá, considerando-a uma recompensa ao Hamas.
A diplomacia palestiniana saudou a decisão, considerando-a um “passo significativo” para a autodeterminação.
Embora o reconhecimento tenha um efeito mais simbólico do que prático no imediato, envia uma “mensagem política clara e forte a Israel”, numa altura em que 147 dos 193 estados-membros da ONU já reconhecem a Palestina.