As duas decisões estão intrinsecamente ligadas, com Washington a justificar as medidas comerciais com a alegada “perseguição política” a Jair Bolsonaro e a regulação de plataformas digitais, processos ambos relatados por Moraes.
O Presidente dos EUA assinou o decreto que impõe as tarifas citando uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Poucas horas antes, o Departamento do Tesouro aplicou a Lei Magnitsky a Alexandre de Moraes, um dispositivo que permite sanções económicas por violações de direitos humanos ou corrupção. O secretário do Tesouro acusou o juiz de liderar uma “caça às bruxas ilegal”.
A reação do Brasil foi imediata e veemente.
O Presidente Lula da Silva classificou as medidas como uma “interferência inaceitável do governo norte-americano na Justiça brasileira” e considerou a motivação política das tarifas um atentado “contra a soberania nacional”.
O ministro das Finanças, Fernando Haddad, embora admitindo que a lista de quase 700 isenções colocava o Brasil num “ponto de partida mais favorável do que se imaginava”, afirmou que o país está “longe do ponto de chegada” e que irá recorrer “nas instâncias devidas, tanto nos Estados Unidos quanto nos organismos internacionais”.