A capital, Luanda, foi o epicentro da agitação, que também se estendeu a outras províncias, paralisando a cidade e gerando um clima de medo e instabilidade.
Os protestos, que começaram pacificamente, rapidamente escalaram para atos de vandalismo generalizado, com lojas e armazéns a serem saqueados, e bens públicos e privados destruídos.
Um relatório preliminar da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima) apontou para 91 estabelecimentos comerciais vandalizados.
O Governo angolano classificou os acontecimentos como “um ataque direto ao investimento privado, à estabilidade económica e à integridade física dos trabalhadores”, prometendo firmeza contra quem “tentar mergulhar o país no caos”.
O ativista Luaty Beirão, em entrevista à Lusa, atribuiu a explosão social à “má governação e prepotência” das autoridades, que, segundo ele, ignoraram durante anos os “sinais evidentes de desgaste por parte do povo”.
A situação reflete uma profunda crise socioeconómica, com a população a enfrentar um elevado custo de vida, o que transformou a greve num catalisador para uma revolta mais ampla.