Os tumultos resultaram num balanço trágico de 30 mortos, 277 feridos e mais de 1.500 detenções, revelando profundas tensões sociais e económicas no país. Os protestos, que começaram pacificamente, rapidamente escalaram para atos de vandalismo, pilhagens de estabelecimentos comerciais e confrontos com as forças de segurança. A polícia foi acusada por organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, de “atuação desproporcional” e de usar os tumultos como pretexto para perseguir ativistas. O Presidente da República, João Lourenço, quebrou o silêncio para condenar os atos, que classificou como uma “ação criminosa” e uma “sabotagem à economia”, orquestrada por “organizações antipatriotas”.
Prometeu apoios às empresas afetadas, mas a sua resposta foi vista como uma tentativa de controlar a narrativa.
A detenção do vice-presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Rodrigo Catimba, por “incitação à violência”, foi contestada pela associação, que se demarcou da greve, afirmando que esta foi executada por “pessoas estranhas”. Os relatos de moradores de Luanda, que descreveram “dias de guerra”, e a morte de civis, como uma mãe baleada enquanto procurava o filho, ilustram o elevado custo humano da crise e o clima de medo que se instalou.