Esta política está a criar um novo e significativo ponto de tensão geopolítica, testando alianças e a soberania económica das nações asiáticas.
A China rejeitou firmemente a exigência de Washington para cessar as importações de petróleo da Rússia e do Irão, afirmando que irá “sempre assegurar o seu fornecimento energético de acordo com os seus interesses nacionais” e que “a coerção e a pressão não terão qualquer efeito”.
Pequim, que já retaliou contra tarifas americanas anteriores, vê a medida como uma interferência na sua soberania.
A Índia, por sua vez, adotou uma postura igualmente desafiadora.
O governo de Narendra Modi não deu instruções às suas refinarias para suspenderem as compras de petróleo russo, que são feitas com desconto e representam agora mais de um terço das suas importações totais. O governo indiano justificou a sua posição como sendo de “interesse nacional”, argumentando que, sem as suas compras, os preços globais do petróleo poderiam ter disparado.
O Presidente Trump criticou duramente a Índia pelos seus laços com a Rússia, mas Nova Deli defende a sua “parceria estável e comprovada pelo tempo” com Moscovo. Esta disputa comercial revela as complexas dinâmicas da nova ordem global, onde os EUA tentam usar o seu poder económico para isolar a Rússia, enquanto potências emergentes como a China e a Índia priorizam os seus interesses energéticos e estratégicos, recusando-se a alinhar automaticamente com a política externa de Washington.