A medida agrava a crise humanitária e a instabilidade regional, numa altura em que o Afeganistão se encontra sob o controlo do governo talibã.
A decisão afeta afegãos titulares de cartões de prova de registo, muitos dos quais esperavam uma prorrogação para resolver assuntos pessoais antes do regresso. A notificação governamental de 31 de julho, consultada pela Associated Press, confirma a intenção de repatriar todos os cidadãos afegãos com registos expirados, considerando-os em situação ilegal. As autoridades paquistanesas, incluindo o comissário para os refugiados afegãos na província de Khyber Pakhtunkhwa, Shakeel Khan, afirmam que os refugiados “estão a ser enviados de volta de uma forma digna”.
No entanto, as operações policiais incluem detenções em todo o país, com buscas casa a casa e controlos aleatórios para deter estrangeiros a viver ilegalmente.
A medida também afeta cerca de 800.000 afegãos com cartões de residência, que a polícia considera estarem igualmente em situação irregular. O ACNUR alerta que repatriações em tão grande escala têm o potencial de desestabilizar a já frágil situação no Afeganistão, para onde mais de 1,2 milhões de afegãos já foram forçados a regressar do Irão e do Paquistão este ano, sobrecarregando os recursos de um país em crise.