O governo taiwanês passará a exigir que os cidadãos da República Popular da China que pretendam estabelecer-se na ilha apresentem um certificado de renúncia ao seu passaporte chinês. Esta medida, segundo a imprensa local, surge cerca de seis meses após o líder taiwanês, William Lai, ter anunciado um conjunto de iniciativas para combater a influência de Pequim, que classificou como uma “força externa hostil”. A nova regra coincide com um caso concreto que ilustra a sensibilidade do tema: na semana passada, uma chefe de aldeia na região leste de Taiwan foi destituída do cargo por manter a nacionalidade chinesa.
Este episódio sublinha a aplicação rigorosa das leis de cidadania e a determinação de Taipé em afirmar a sua soberania e identidade distintas.
A medida é um claro sinal político para Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde e nunca descartou o uso da força para a reunificar com o continente.
A exigência de renúncia ao passaporte chinês representa mais um obstáculo nas já complexas relações entre os dois lados, aumentando a polarização e diminuindo as perspetivas de um entendimento pacífico a curto prazo.