A medida surge num contexto de crise humanitária agravada, impasse nas negociações com o Hamas e crescente desespero pela situação dos reféns israelitas.
A proposta de Netanyahu prevê a expansão das operações militares a todo o enclave, incluindo zonas onde se acredita que os reféns estejam detidos, o que provocou a oposição do chefe das forças armadas, Eyal Zamir, devido ao risco elevado para a vida dos cativos. A tensão interna é tal que uma fonte governamental terá afirmado que, se o chefe militar "não concordar, deverá demitir-se".
O adiamento de uma reunião do gabinete de segurança sugere a profundidade destas divisões.
A reação internacional não se fez esperar.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de emergência, alertando que uma expansão das operações teria "consequências catastróficas". O Presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma postura ambígua, afirmando que a decisão "dependerá em grande parte de Israel", mas manifestou preocupação com a crise humanitária e anunciou uma doação de 60 milhões de dólares para alimentos. A crise dos reféns agravou-se com a divulgação de vídeos de propaganda pelo Hamas, mostrando cativos como Evyatar David e Rom Braslavski em estado de subnutrição severa. As imagens chocaram a opinião pública israelita e aumentaram a pressão sobre Netanyahu, que as descreveu como "horríveis", acusando o Hamas de "crueldade abjeta".
A situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se, com relatos de mortes por fome e ataques a civis junto a pontos de distribuição de ajuda.