Washington ligou explicitamente as sanções económicas à situação judicial de Bolsonaro, o que gerou acusações de ataque à soberania brasileira por parte do governo de Lula da Silva. A escalada começou com a entrada em vigor de tarifas de 50% sobre cerca de 700 produtos brasileiros, como carne e café, uma medida que a Casa Branca, que apelida o processo contra Bolsonaro de "caça às Bruxas", justificou como forma de pressionar por uma amnistia. Simultaneamente, os EUA impuseram sanções ao juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relator do processo em que Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022. A situação judicial do ex-presidente agravou-se quando o juiz Moraes decretou a sua prisão domiciliária por incumprimento de medidas cautelares, nomeadamente a proibição de usar redes sociais, que terá violado ao participar virtualmente em manifestações.
A reação do governo brasileiro foi firme.
O Presidente Lula da Silva declarou que a soberania do país e a independência dos tribunais são inegociáveis, afirmando: "A nossa democracia está sendo questionada, nossa soberania está sendo atacada, nossa economia está sendo agredida".
A crise teve repercussões internas, com o Congresso brasileiro a cancelar sessões após um boicote de parlamentares de extrema-direita que exigem a amnistia para Bolsonaro.
Entretanto, o deputado Eduardo Bolsonaro, nos EUA, admitiu que futuras sanções poderiam visar a mulher do juiz Moraes, numa clara ameaça de escalada.