A Índia foi severamente penalizada pelas suas importações de petróleo russo, enquanto um "erro" administrativo nas taxas aplicadas ao Japão e um acordo com a União Europeia evidenciam a complexidade e a volatilidade da atual diplomacia comercial dos EUA.
Os Estados Unidos aplicaram tarifas de 50% sobre os produtos indianos como retaliação pela contínua compra de petróleo à Rússia. A medida provocou uma reação firme de Nova Deli, com o primeiro-ministro Narendra Modi a declarar estar disposto a "pagar pessoalmente o preço" para defender os interesses do seu país, anunciando, em simultâneo, uma futura visita de Vladimir Putin para reforçar os laços bilaterais. No Japão, a tensão surgiu de um "erro" administrativo, onde Washington aplicou uma taxa de 15% sobre as tarifas já existentes, em vez da taxa fixa de 15% acordada.
Após negociações, os EUA comprometeram-se a corrigir a ordem executiva com efeito retroativo.
Com a União Europeia, entrou em vigor uma tarifa geral de 15%, num acordo que prevê isenções para setores como o farmacêutico e automóvel, e que inclui compromissos europeus de compra de energia e equipamento militar americano.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, classificou a situação como uma "notícia desanimadora", alertando que "todas as guerras comerciais são ruinosas".
A Casa Branca, por sua vez, projeta arrecadar 50 mil milhões de dólares por mês com as novas tarifas, que também visam o Brasil, embora com uma notável isenção para o sumo de laranja, e a Suíça, que continua a procurar uma solução diplomática sem retaliar.