A prática foi denunciada por organizações não-governamentais como "tráfico infantil do século XXI".
A plataforma, acessível através do site do Ministério da Educação da autoproclamada república popular de Lugansk, disponibiliza perfis de 294 menores.
Embora não inclua fotografias, apresenta descrições detalhadas sobre o estado de saúde e o comportamento das crianças.
Nikolái Kuleba, diretor da ONG Save Ukraine, afirmou que "a forma como descrevem os nossos filhos não se diferencia de um catálogo de escravos".
Kuleba acrescenta que a maioria das crianças listadas nasceu antes da ocupação, tinha cidadania ucraniana e que "alguns dos seus pais foram assassinados pelas autoridades que ocuparam o território, enquanto outros receberam simplesmente documentos russos para legalizar o rapto".
A Rússia não nega o deslocamento de menores, justificando a prática com razões de segurança para os proteger dos combates.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, reafirmou que as crianças "estão seguras e sob proteção".
Este desenvolvimento ocorre num contexto em que o Tribunal Penal Internacional já emitiu, em março de 2023, mandados de detenção contra o presidente Vladimir Putin e a comissária russa para os Direitos das Crianças, Maria Lvova-Belova, por deportações ilegais de menores ucranianos.