O governo israelita aprovou um plano militar para ocupar a Cidade de Gaza, uma decisão que gerou uma onda de condenação internacional e intensificou os receios de uma catástrofe humanitária ainda maior. A medida, que prevê a deslocação forçada de centenas de milhares de civis, ameaça agravar o sofrimento da população e comprometer a vida dos reféns ainda detidos pelo Hamas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defendeu a ofensiva como "a melhor forma de pôr fim à guerra", estabelecendo cinco princípios para o pós-conflito, que incluem o desarmamento do Hamas, a libertação de todos os reféns, a desmilitarização de Gaza e o controlo absoluto da segurança por parte de Israel. Netanyahu afirmou que o objetivo "não é ocupar Gaza", mas sim "libertar Gaza dos terroristas do Hamas".
Contudo, a comunidade internacional reagiu com alarme.
Portugal, juntamente com Espanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega e Eslovénia, emitiu um comunicado conjunto rejeitando categoricamente "qualquer mudança demográfica ou territorial no Território Palestiniano Ocupado", considerando-a uma "violação flagrante do direito internacional".
A Alemanha suspendeu a exportação de material militar para Israel que possa ser usado na Faixa de Gaza, e países como o Brasil, Japão e Turquia também condenaram o plano. O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de emergência, com o Secretário-Geral a alertar para uma "escalada perigosa". A situação humanitária é desesperada, com o número de crianças mortas por subnutrição a subir para 100, num total de 210 mortes por fome.
A decisão de Israel aprofundou também as divisões internas, com familiares dos reféns a convocarem uma greve geral, temendo que a ofensiva resulte na morte dos seus entes queridos, e o ministro da Defesa a enfrentar protestos à porta de casa.
Em resumoO plano de Israel para ocupar a Cidade de Gaza isolou o governo de Benjamin Netanyahu, atraindo uma condenação internacional generalizada e aprofundando as divisões internas. Enquanto a crise humanitária se agrava com o aumento de mortes por fome, a comunidade internacional, incluindo aliados europeus, apela a um cessar-fogo imediato e à retomada de uma solução de dois Estados, temendo que a ofensiva militar resulte numa catástrofe ainda maior para civis e reféns.