O Presidente Donald Trump prolongou por mais 90 dias a suspensão das sobretaxas às importações chinesas, mas a medida é vista como uma trégua frágil num conflito com múltiplas frentes.

A administração Trump tem vindo a impor tarifas que, segundo o Presidente chinês Xi Jinping, representam "unilateralismo e protecionismo".

Numa conversa telefónica com o Presidente brasileiro Lula da Silva, Xi expressou o seu apoio ao Brasil, também alvo de taxas americanas, e condenou a política de Washington. A trégua comercial, acordada inicialmente em Genebra, evitou o regresso a taxas que chegaram a atingir 145%, mas a ameaça de novas sanções, nomeadamente pela importação chinesa de petróleo russo, mantém a incerteza.

A diplomacia chinesa apelou a "esforços" dos EUA para alcançar um "resultado positivo baseado na igualdade, no respeito e no benefício mútuo".

A tensão estende-se a outras áreas.

Em Taiwan, a decisão do presidente Lai Ching-te de cancelar uma escala nos EUA foi interpretada como uma cedência à pressão de Washington para não antagonizar Pequim durante as negociações comerciais.

Trump tem adotado uma postura ambígua, referindo-se a Taiwan como um concorrente que "roubou o nosso negócio dos chips", ao mesmo tempo que pressiona a ilha a aumentar drasticamente os seus gastos militares.

Adicionalmente, os EUA acusaram a China de exercer "influência excessiva" sobre as operações do Canal do Panamá, uma alegação que Pequim rejeitou como "mentiras e manipulações", reafirmando o seu respeito pela soberania panamiana.