A visita de uma delegação da AIEA a Teerão, liderada pelo vice-diretor de Salvaguardas, Massimo Aparo, marca um passo diplomático, embora envolto em desconfiança e sem acesso às instalações nucleares iranianas. A cooperação foi interrompida na sequência dos ataques aéreos israelitas e norte-americanos contra as suas instalações nucleares em julho, uma medida aprovada pelo parlamento e promulgada pelo presidente Massoud Pezeshkian.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Kazem Gharibabadi, confirmou que Teerão decidiu continuar os contactos, mas não sem antes expressar "fortes críticas e protestos" contra o que considera o "fracasso" da AIEA em cumprir as suas responsabilidades de proteção. Israel justificou os seus ataques com a alegação de que o Irão estava prestes a obter uma arma atómica, algo que Teerão refuta, insistindo que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Durante o conflito, o Irão respondeu com mísseis e drones contra Israel.

No rescaldo, as autoridades iranianas anunciaram a detenção de milhares de pessoas por suspeitas de espionagem e colaboração com Israel. O porta-voz da polícia, Saeed Montazer al-Mahdi, indicou a detenção de 21 mil suspeitos entre 13 e 24 de junho, e o poder judicial informou sobre a prisão de 20 pessoas por supostamente trabalharem para a Mossad, com pelo menos seis prisioneiros a serem executados por colaboração com os serviços secretos israelitas.