Em retaliação, o governo israelita revogou os vistos de diplomatas australianos, intensificando uma crise diplomática que reflete as crescentes divisões internacionais sobre o conflito israelo-palestiniano. A escalada da tensão foi desencadeada pela decisão do governo australiano, a 11 de agosto, de anunciar que irá reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas, juntando-se a mais de 146 países que já o fizeram. A medida surge na sequência de críticas da Austrália ao plano israelita de ocupação da cidade de Gaza. A resposta de Israel foi imediata e severa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, anunciou a revogação dos vistos de diplomatas australianos e deu instruções à embaixada em Camberra para analisar "cuidadosamente" qualquer futuro pedido de visto proveniente da Austrália. A justificação de Saar incluiu não só o reconhecimento da Palestina, mas também a recusa australiana em conceder vistos a figuras israelitas, como o deputado de extrema-direita Simcha Rothman, a quem foi negada a entrada por difundir "uma mensagem de ódio e divisão".

Este confronto diplomático insere-se num contexto mais vasto de crescente pressão internacional sobre Israel, com países como França, Canadá e Reino Unido a comprometerem-se igualmente a avançar com o reconhecimento do Estado palestiniano.