A Coreia do Norte, que encara estas manobras como um ensaio para uma invasão, respondeu com ameaças, aumentando a tensão numa região já volátil.

O exercício, com a duração de 11 dias, envolve 18.000 soldados sul-coreanos e 3.000 norte-americanos em operações simuladas por computador e treinos de campo.

Embora os aliados descrevam as manobras como sendo de natureza puramente defensiva, Pyongyang interpreta-as como uma provocação direta. O ministro da Defesa norte-coreano, No Kwang Chol, declarou que os exercícios demonstram uma postura de "confronto militar" e que as suas forças estão prontas para neutralizar "qualquer provocação". Historicamente, a Coreia do Norte utiliza estes exercícios como pretexto para realizar testes de armamento, incluindo mísseis balísticos, o que aumenta o risco de uma escalada militar na península.

A situação é particularmente delicada devido ao contexto político atual.

O novo Presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, prepara-se para uma cimeira com Donald Trump, num momento em que o Presidente norte-americano tem questionado o valor da aliança e exigido que Seul aumente a sua contribuição financeira para a manutenção das 28.500 tropas americanas no país. A modernização da aliança para fazer face às ambições nucleares de Pyongyang e à crescente influência da China na região é um ponto central na agenda, mas a imprevisibilidade de Trump gera incerteza em Seul.