A China retaliou, acusando a Alemanha de "exagerar as tensões" regionais, evidenciando o crescente fosso diplomático entre as duas potências.

Durante uma visita a Tóquio, o chefe da diplomacia alemã fez acusações diretas e contundentes contra Pequim, afirmando que "a guerra da Rússia só é possível graças a um apoio crucial da China". Wadephul especificou que 80% dos bens de uso dual utilizados pela Rússia provêm da China, que é também o maior comprador de petróleo e gás russos, uma situação que, segundo ele, contraria os interesses de segurança tanto da Europa como dos seus parceiros no Indo-Pacífico. Além disso, criticou o comportamento "agressivo" de Pequim no Estreito de Taiwan, onde a China "ameaça repetidamente, mais ou menos abertamente, alterar unilateralmente o status quo".

A resposta chinesa não tardou.

Uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros acusou a Alemanha de "exagerar as tensões" e afirmou que a situação nos mares da China Oriental e Meridional "permanece globalmente estável". Este confronto verbal demonstra a dificuldade crescente da Alemanha e da União Europeia em equilibrar as suas vastas relações económicas com a China com as preocupações de segurança e o alinhamento estratégico com os Estados Unidos, que têm uma postura muito mais assertiva em relação a Pequim.