A medida, que visa "fortalecer a indústria americana", gera apreensão entre os parceiros comerciais, incluindo a União Europeia e a Índia, e abre espaço para manobras geopolíticas por parte da Rússia e da China.

O Departamento de Comércio dos EUA especificou que a nova medida afeta um total de 407 itens, incluindo "turbinas eólicas e as suas peças e componentes, guindastes, escavadeiras e outros equipamentos pesados, carruagens ferroviárias, móveis, compressores e bombas, e centenas de outros produtos". Segundo Jeffrey Kessler, subsecretário de Comércio, o objetivo é "expandir o escopo das tarifas sobre aço e alumínio e a bloquear vias de evasão".

A decisão provocou reações imediatas.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou para a "incerteza" gerada pelas tarifas e previu uma desaceleração da atividade económica na zona euro no terceiro trimestre.

Analistas advertem para as potenciais consequências para exportadores e fabricantes nos próprios Estados Unidos.

Em resposta direta, a Rússia fez uma oferta estratégica à Índia, outro país afetado pelos aumentos tarifários.

O encarregado de negócios da embaixada russa em Nova Deli, Roman Babushkin, declarou que, "se os produtos indianos tiverem dificuldades para entrar no mercado norte-americano, o mercado russo acolhe as exportações indianas".

Esta manobra evidencia como as políticas comerciais de Washington estão a ser exploradas por potências rivais para reforçar os seus próprios laços económicos e geopolíticos, num cenário de crescente fragmentação comercial.