O ato, condenado por organizações internacionais de jornalistas e pelo Governo português, agrava as tensões diplomáticas e levanta sérias preocupações sobre o acesso à informação no país, especialmente nas vésperas das eleições gerais agendadas para novembro.

A decisão, tomada a 15 de agosto sem qualquer justificação transparente, deu um prazo de quatro dias para os representantes dos órgãos de comunicação social abandonarem o país.

A medida foi repudiada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, que a classificou como "altamente censurável e injustificável".

Organizações como a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenaram a ação.

A RSF denunciou "uma violação do pluralismo e do direito à informação", enquanto o CPJ considerou a expulsão "o mais recente sinal da hostilidade do Governo em relação aos meios de comunicação social". A Associação de Mulheres Profissionais da Comunicação Social da Guiné-Bissau (AMPROCS) também manifestou o seu "veemente repúdio", apelando ao governo para que reconsidere a decisão.

Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, reuniu-se com o seu homólogo guineense, Carlos Pinto Pereira, em Lisboa, expressando a expectativa de que a situação "possa ser ultrapassada".

No entanto, a ausência de uma justificação clara por parte de Bissau e a proximidade das eleições gerais adensam as preocupações sobre as intenções do governo guineense e o futuro da liberdade de imprensa no país.