A violência no leste da República Democrática do Congo continua a agravar-se, com a Human Rights Watch (HRW) a denunciar a execução sumária de mais de 140 civis pelo grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23). A organização acusa o Ruanda de apoiar os rebeldes, num conflito que desafia os recentes acordos de paz mediados internacionalmente e que expõe a vulnerabilidade da população civil. Num comunicado, a HRW detalhou que as execuções ocorreram entre 10 e 30 de julho, quando combatentes do M23 assassinaram residentes, incluindo mulheres e crianças, em pelo menos 14 aldeias e comunidades agrícolas na província de Kivu do Norte.
A maioria das vítimas pertencia à etnia hutu.
A organização de direitos humanos afirma que "testemunhos, bem como fontes da ONU e militares, indicam que o exército ruandês e as Forças de Defesa do Ruanda (RDF) também participaram nas operações do M23". Estes massacres ocorreram poucas semanas após a assinatura de um acordo preliminar mediado pelos Estados Unidos entre a RD Congo e o Ruanda, e no mesmo dia em que foi assinada uma declaração de princípios em Doha para pôr fim à violência. A HRW lamenta que "os massacres em massa cometidos pelo M23, apoiado pelo Ruanda, mostram a lacuna que existe entre a retórica no cenário internacional e a realidade para os civis no leste do Congo".
A persistência da violência, apesar dos esforços diplomáticos, sublinha a fragilidade dos processos de paz e a contínua crise humanitária que afeta a região, onde grupos armados continuam a operar com impunidade.
Em resumoApesar das recentes iniciativas de paz, o conflito no leste da RD Congo intensificou-se, com a Human Rights Watch a acusar o grupo rebelde M23, alegadamente apoiado pelo Ruanda, da execução de mais de 140 civis em julho. Os massacres evidenciam a profunda lacuna entre a retórica diplomática e a realidade da violência no terreno.