A administração Trump expandiu a sua controversa política de imigração ao firmar acordos com Honduras e Uganda para que estes países recebam migrantes deportados que não são seus cidadãos. Esta estratégia de transferir a responsabilidade para países terceiros está a ser fortemente criticada por organizações de direitos humanos, que alertam para a violação do direito internacional e para os riscos a que os migrantes podem ser expostos. Segundo documentos revelados pela CBS, o Uganda concordou em aceitar um número indeterminado de migrantes africanos e asiáticos sem antecedentes criminais, enquanto as Honduras irão acolher várias centenas de pessoas de países de língua espanhola, incluindo famílias com crianças, ao longo de dois anos. Estes acordos representam um passo significativo na política de deportações norte-americana, enviando migrantes para países onde nunca residiram.
A medida insere-se numa estratégia mais ampla de repressão à imigração ilegal, que inclui a expansão de centros de detenção.
O governador do Nebraska, Jim Pillen, anunciou um plano para usar um campo de trabalho prisional para abrigar pessoas que aguardam deportação.
Outras instalações estão a ser preparadas na Flórida e no Tennessee.
Organizações de direitos humanos e especialistas das Nações Unidas expressaram grande preocupação, afirmando que "estas práticas podem constituir uma violação do Direito Internacional" ao transferir migrantes para países onde podem enfrentar perigos ou perseguições. A Casa Branca, no entanto, continua a procurar acordos semelhantes com outras nações, reforçando a sua política de controlo de fronteiras e de externalização das responsabilidades de asilo.
Em resumoOs EUA expandiram a sua política de imigração restritiva ao garantir acordos com Honduras e Uganda para aceitar migrantes deportados de outras nações. Esta medida de externalização das responsabilidades de asilo suscitou fortes críticas por parte de defensores dos direitos humanos, que temem pela segurança das pessoas transferidas.