A retórica de Pequim surge num momento de debate em Taiwan sobre a sua política energética e estabilidade política, sob a constante ameaça de um bloqueio chinês. A declaração do governo chinês foi uma resposta direta à tentativa fracassada de destituir sete deputados do Kuomintang, o principal partido da oposição em Taiwan. Pequim interpretou o resultado como uma prova de que o "separatismo" favorável à "independência" da ilha "vai contra a vontade do povo".

Esta manifestação de força coincidiu com a realização de um referendo em Taiwan sobre questões cruciais, incluindo a reativação da última central nuclear operacional do país, encerrada há poucos meses.

A oposição tem pressionado pelo regresso à energia nuclear, argumentando que um eventual bloqueio chinês poderia paralisar a economia da ilha, que é altamente dependente de energia importada. Embora o referendo tenha sido descrito como um "chumbo", o presidente de Taiwan, William Lai, indicou que o seu governo "não descarta" a utilização de "energia nuclear avançada" no futuro, caso se mostre segura e eficiente. Esta abertura estratégica reflete a profunda preocupação de Taipé com a sua segurança energética face à crescente assertividade de Pequim, que considera a ilha uma província rebelde a ser reunificada, se necessário pela força.