A ofensiva israelita na Faixa de Gaza atingiu um novo ponto de tensão na última semana, após um ataque ao hospital Nasser que resultou na morte de civis, incluindo vários jornalistas, desencadeando uma vaga de condenação global e renovados apelos a um cessar-fogo. O ataque de segunda-feira ao hospital Nasser, em Khan Yunis, provocou pelo menos 20 mortos, entre os quais seis jornalistas que trabalhavam para agências internacionais como a Reuters, Associated Press e Al Jazeera. O incidente, descrito por testemunhas como um ataque de “golpe duplo” — um segundo bombardeamento quando as equipas de socorro chegavam ao local —, foi classificado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como um “trágico acidente”, tendo sido prometida uma “investigação exaustiva”.
A comunidade internacional reagiu com veemência.
O Governo português considerou o ataque “inqualificável”, enquanto a União Europeia, através da comissária Hadja Lahbib, instou Israel a parar com a “prática de matar” jornalistas e médicos.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o ato como “intolerável” e o secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu uma investigação “rápida e imparcial”.
A China e o Vaticano também expressaram choque e consternação.
A crise humanitária agrava-se, com a ONU a declarar formalmente a fome no norte de Gaza e a UNICEF a reportar que os casos de subnutrição infantil passaram de 2.000 em fevereiro para quase 13.000 em julho. Diplomaticamente, o Qatar continua a aguardar uma resposta de Israel a uma proposta de trégua, enquanto o Egito mobilizou cerca de 40.000 soldados para a fronteira, temendo uma fuga em massa de palestinianos.
Em Israel, a pressão interna aumenta, com manifestações a bloquear estradas para exigir um acordo que liberte os reféns.
Em resumoO ataque ao hospital Nasser e a morte de jornalistas agravaram a condenação internacional a Israel, intensificando a pressão por um cessar-fogo. A crise humanitária em Gaza atinge níveis críticos, com a fome a ser oficialmente declarada, enquanto as vias diplomáticas permanecem bloqueadas e as tensões regionais, nomeadamente com o Egito, aumentam.