A ameaça visa diretamente a legislação europeia, como a Lei dos Serviços Digitais (DSA) e a Lei dos Mercados Digitais (DMA), que, segundo Trump, foram “concebidas para prejudicar ou discriminar a tecnologia americana”.

A Comissão Europeia respondeu prontamente, afirmando através da porta-voz Paula Pinho que “é um direito soberano da UE e dos seus Estados-membros regular as atividades económicas no nosso território, o que é consistente com os nossos valores democráticos”. A tensão surge pouco depois da assinatura de um acordo comercial entre os dois blocos, que previa tarifas de até 15%, mas que Bruxelas sublinha não abranger a regulação do setor digital. A disputa já tem consequências práticas: os CTT – Correios de Portugal anunciaram a suspensão temporária do envio de bens para os EUA a partir de 26 de agosto, seguindo a decisão de outros operadores postais europeus, devido às novas exigências alfandegárias que eliminam a isenção para encomendas de baixo valor. A postura de Trump foi também criticada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que “o governo dos Estados Unidos age como se fosse o imperador do planeta”.