A crise venezuelana aprofundou-se com o envio de 15.000 militares para a fronteira com a Colômbia, em resposta a movimentos militares dos EUA no Caribe, enquanto a líder da oposição, María Corina Machado, declara que a “liberdade está próxima”. O governo de Nicolás Maduro anunciou o destacamento de 15.000 militares para os estados de Táchira e Zulia, na fronteira com a Colômbia, numa operação que, segundo o ministro do Interior, Diosdado Cabello, visa combater o narcotráfico. A medida foi justificada como uma resposta à presença de navios de guerra e 4.000 fuzileiros navais dos EUA em águas caribenhas, uma movimentação que Caracas considera uma ameaça. O governo venezuelano também anunciou o desmantelamento de um estaleiro para a construção de submarinos para o tráfico de drogas.
Em paralelo, a oposição intensificou a sua retórica.
María Corina Machado afirmou que o regime de Maduro é uma “estrutura criminosa” que desestabilizou a região e que, assim que a Venezuela for libertada, “milhões voltarão para casa” e o país se tornará um aliado fundamental dos Estados Unidos. A situação dos direitos humanos continua a ser uma preocupação central, com a ONG Surgentes a propor uma lei de amnistia para libertar os mais de 800 presos políticos que, segundo a ONG Foro Penal, se encontram detidos no país, a maioria após os protestos contra os resultados eleitorais de 2024.
Em resumoA situação na Venezuela escalou para uma crise militarizada, com o governo a responder à presença naval dos EUA com uma forte mobilização de tropas na fronteira colombiana. Internamente, a oposição, liderada por María Corina Machado, mostra-se confiante numa mudança de regime, enquanto as ONG continuam a denunciar a existência de centenas de presos políticos.