As conversações, que decorrem ao nível de vice-ministros dos Negócios Estrangeiros, representam o primeiro contacto formal desde a escalada militar de junho, que envolveu ataques de Israel e dos EUA a instalações nucleares iranianas. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, afirmou que a prioridade de Teerão é “evitar qualquer ação ou incidente que possa prejudicar o país”, sublinhando que não permitirá que a questão se torne uma “ferramenta de guerra psicológica”. As potências europeias, signatárias do acordo de 2015, ameaçam acionar o mecanismo de sanções no outono, caso não se encontre uma solução negociada.

A diplomacia ocorre num contexto de debate interno no Irão, onde figuras reformistas apelaram a negociações diretas com Washington, uma via rejeitada pelo líder supremo, Ali Khamenei, que considera os problemas “insolúveis” devido à “hostilidade dos Estados Unidos”.

Em paralelo, a Rússia e o Irão discutiram o programa nuclear por telefone, com os presidentes Putin e Pezeshkian a concordarem em reforçar as relações bilaterais, demonstrando a contínua aproximação entre os dois países face à pressão ocidental.