As declarações, proferidas por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo, intensificam a pressão de Moscovo sobre os países europeus que consideram alinhar-se com a aliança militar.

Medvedev argumentou que a neutralidade austríaca, constitucionalmente protegida desde 1955, foi fundamental para que Viena se tornasse um centro vital para a diplomacia multilateral, albergando organizações como a ONU, a AIEA e a OSCE.

A adesão à NATO, segundo o dirigente russo, poderia levar à transferência destas sedes para países do Sul e Leste Global.

Acusando a Áustria de estar “intoxicada pela hostilidade” e de seguir uma “mentalidade de rebanho”, à semelhança da Finlândia e da Suécia, Medvedev invocou o Tratado de Estado de 1955 para afirmar que Viena não pode abandonar unilateralmente a sua neutralidade sem o consentimento dos signatários, incluindo a Rússia. Apesar de o debate interno na Áustria estar a ganhar espaço, a adesão à NATO conta com fraco apoio popular. No entanto, Medvedev apontou a participação austríaca na Parceria para a Paz da NATO e o trânsito de milhares de comboios e aeronaves militares da aliança pelo seu território como provas de um alinhamento progressivo.