O evento foi marcado por apelos a uma nova governação global e críticas diretas às políticas ocidentais, nomeadamente as norte-americanas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, anfitrião da cimeira, criticou o que descreveu como "práticas de bullying", numa alusão às políticas comerciais do Presidente dos EUA, Donald Trump, e apelou à oposição à "mentalidade da Guerra Fria, à confrontação entre blocos e à intimidação". Xi defendeu a criação de um "sistema de governança global mais justo e razoável", reforçando o papel da SCO, que já representa cerca de 40% da população mundial. Por sua vez, o Presidente russo, Vladimir Putin, aproveitou a plataforma para culpar o Ocidente pela guerra na Ucrânia, afirmando que a crise resultou de um "golpe de Estado na Ucrânia, que foi apoiado e provocado pelo Ocidente" e das "constantes tentativas de atrair a Ucrânia para a NATO". Num sinal de aproximação, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e Xi Jinping comprometeram-se a ser "amigos e bons vizinhos", pondo de lado as disputas fronteiriças, numa altura em que a Índia também enfrenta tarifas comerciais impostas por Washington.

O Presidente do Irão, Masud Pezeshkian, também presente, denunciou a "continuação do massacre em Gaza" e propôs a criação de mecanismos financeiros dentro da SCO para reduzir a dependência do dólar americano.

A cimeira, descrita por Pequim como a de "maior envergadura" da história da organização, simboliza um esforço concertado para construir uma ordem multipolar alternativa.