A região das Caraíbas enfrenta uma escalada de tensão militar após os Estados Unidos enviarem navios de guerra e submarinos nucleares para águas próximas da Venezuela, uma ação que Caracas e os seus aliados regionais consideram uma "séria ameaça à paz". Em resposta, a Venezuela mobilizou as suas próprias forças navais, enquanto a Guiana denunciou disparos provenientes de território venezuelano contra uma embarcação que transportava material eleitoral. A situação levou a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) a convocar uma reunião de emergência para abordar as "preocupações existentes em torno dos recentes movimentos militares". O governo dos EUA, sob a administração Trump, justifica a mobilização de mais de quatro mil militares como uma operação de combate ao narcotráfico, alegando ter o apoio de vários países da região, incluindo a Guiana. No entanto, a Venezuela vê a ação como uma provocação direta, com o Presidente Nicolás Maduro a ordenar a mobilização de 4,5 milhões de milicianos.
A tensão agudizou-se com um incidente na fronteira fluvial entre a Venezuela e a Guiana.
As autoridades guianenses relataram que um barco que transportava material para as eleições presidenciais foi alvo de disparos vindos da costa venezuelana no rio Cuyuni, uma zona que faz parte do território de Essequibo, reivindicado por Caracas.
A patrulha guianense respondeu ao fogo, não se registando feridos.
Este incidente ocorre num contexto de disputa histórica sobre a região de Essequibo, rica em petróleo, que a Guiana levou ao Tribunal Internacional de Justiça, cuja jurisdição a Venezuela não reconhece.
Em resumoA crescente presença militar dos EUA nas Caraíbas, justificada como uma operação antidrogas, está a ser interpretada pela Venezuela e seus aliados como uma ameaça direta, exacerbando as tensões regionais. O incidente fronteiriço com a Guiana acrescenta uma nova camada de complexidade ao conflito, com o risco de uma escalada militar na região a tornar-se cada vez mais palpável.