A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela atingiu um novo pico após um ataque militar norte-americano a uma embarcação venezuelana em águas internacionais, que resultou na morte de 11 pessoas. O incidente, justificado por Washington como uma operação contra o narcotráfico, foi veementemente condenado por Caracas, que o considerou um ato de agressão. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou publicamente a operação, afirmando que as forças armadas realizaram um "ataque cinético contra narcoterroristas" do gangue 'Tren de Aragua', que operaria "sob o controlo de Nicolas Maduro". Trump declarou que os 11 mortos eram "terroristas" que transportavam narcóticos para os Estados Unidos.
Em resposta, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou Washington de usar a luta contra as drogas como pretexto para se apoderar dos "recursos naturais" do país, incluindo "petróleo, gás e ouro".
O governo venezuelano foi mais longe, com o ministro das Comunicações, Freddy Ñáñez, a afirmar que o vídeo do ataque divulgado por Trump foi "criado por inteligência artificial".
A ação militar norte-americana gerou reações internacionais, com o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, a condenar o uso de "meios militares" em operações de combate ao narcotráfico, afirmando que Espanha utiliza sempre "meios policiais e civis". A tensão agrava-se num contexto em que um tribunal de recurso norte-americano bloqueou a tentativa de Trump de usar uma lei de 1798 para expulsar sumariamente migrantes venezuelanos.
Em resumoO ataque letal dos EUA a uma embarcação venezuelana escalou perigosamente o conflito entre as duas nações. A justificação de combate ao narcotráfico é rejeitada por Caracas, que acusa Washington de imperialismo, num cenário de acusações mútuas, desinformação e condenação internacional dos métodos utilizados.