O Supremo Tribunal Federal do Brasil iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete outros réus, acusados de planear um golpe de Estado para se manterem no poder após as eleições de 2022. O processo, de enorme relevância para a democracia brasileira, começou com a acusação a considerar todos os arguidos responsáveis, enquanto a defesa alega uma total falta de provas. No primeiro dia do julgamento, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, afirmou que "todos convergiram, dentro do seu espaço de atuação, para o objetivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República". A acusação sustenta que o plano incluía a anulação das eleições, a detenção de juízes e até um plano para vigiar e possivelmente assassinar o então presidente eleito, Lula da Silva. Em contrapartida, a defesa de Bolsonaro, liderada pelo advogado Celso Vilardi, declarou que "não há uma única prova" que ligue o ex-presidente a qualquer tentativa de golpe. O papel do delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi central, com o seu advogado a defender que a sua colaboração foi fundamental para a investigação. Jair Bolsonaro não compareceu à primeira sessão, alegando motivos de saúde.
O atual presidente, Lula da Silva, manifestou a esperança de que "seja feita justiça", mas com respeito pela "presunção de inocência".
O julgamento, que pode resultar em penas superiores a 40 anos de prisão, é visto como um momento decisivo para a estabilidade institucional do Brasil.
Em resumoO julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado coloca a democracia brasileira num momento decisivo. A acusação apresenta um caso de conspiração concertada, enquanto a defesa alega uma total falta de provas, num processo com profundas implicações políticas para o país e para a região.