A ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza intensificou-se, com o exército a anunciar o controlo de 40% da Cidade de Gaza e a prometer que a operação “vai intensificar-se”. Esta escalada resultou num aumento significativo de vítimas civis, com o número de mortos a ultrapassar os 64 mil, segundo as autoridades de saúde locais, e a ONU a declarar formalmente uma situação de fome em partes do enclave. A crise humanitária foi descrita pela UNICEF como um cenário onde “o impensável já começou”, transformando a Cidade de Gaza “numa cidade de medo, fuga e funerais”.
O Hamas, por sua vez, divulgou um vídeo de dois reféns israelitas, aumentando a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu, enquanto as famílias dos reféns organizam manifestações criticando a estratégia militar.
No plano diplomático, a situação em Gaza expôs profundas divisões na União Europeia.
A comissária europeia espanhola, Teresa Ribera, tornou-se o primeiro membro do executivo a classificar a situação como “genocídio”, lamentando a “incapacidade da Europa para agir e falar a uma só voz”.
A Comissão Europeia distanciou-se, afirmando que tal classificação compete aos tribunais e que não existe uma posição oficial do Colégio de Comissários. Esta fratura interna reflete-se na dificuldade em tomar medidas concretas, apesar de a Comissão ter concluído que Israel violava a cláusula de direitos humanos do Acordo de Associação UE-Israel.
Em resumoA semana ficou marcada pela intensificação da ofensiva israelita na Cidade de Gaza, agravando uma crise humanitária já catastrófica e elevando o número de mortos. Diplomaticamente, a situação expôs uma fratura na União Europeia, com uma comissária a usar o termo “genocídio”, enquanto a instituição como um todo permanece dividida e sem uma ação concertada.