A apresentação de uma proposta de orçamento draconiana, que inclui cortes em despesas de saúde e a eliminação de feriados, gerou uma forte contestação social e política, com a oposição de esquerda e de direita a prometer chumbar a moção de confiança agendada. Sondagens recentes indicam que quase dois terços dos franceses (64%) defendem a demissão de Macron e a convocação de eleições presidenciais antecipadas.
A confiança no Presidente caiu para apenas 15%, um mínimo histórico desde a sua primeira eleição em 2017.
A instabilidade em França, a segunda maior economia da UE, gera preocupações em toda a Europa.
Analistas como Paulo Sande, professor na Universidade Católica Portuguesa, alertam que a crise francesa “arrastará a Europa”, com potenciais impactos na política externa comum, especialmente no apoio à Ucrânia, e no sistema partidário europeu, podendo “reenergizar os partidos populistas e os partidos extremistas”.
O cenário político fragmentado, com o parlamento dividido em três blocos, torna a nomeação de um novo primeiro-ministro uma solução de curta duração. As alternativas, como a dissolução da Assembleia Nacional ou a própria demissão de Macron, são consideradas perigosas e com desfechos imprevisíveis, colocando a França e a Europa perante um período de grande incerteza.














