O governo paquistanês rejeitou veementemente o apelo do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) para suspender as deportações, especialmente após o sismo devastador que atingiu o Afeganistão.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês afirmou de forma categórica: “Este é o nosso território e nós decidimos quem permanece no nosso solo”.
A ONU tinha solicitado a suspensão do plano, sublinhando que muitas das vítimas do terramoto eram afegãos recentemente retornados do Paquistão. Filippo Grandi, o alto-comissário, destacou a generosidade histórica do Paquistão, mas apelou a uma pausa humanitária.
Contudo, Islamabade manteve a sua posição, argumentando que “todos aqueles que não têm documentos devem sair (...) é o que qualquer país faria”.
Desde o final de 2023, o Paquistão e o Irão já forçaram o regresso de mais de quatro milhões de afegãos. A situação é particularmente crítica porque, horas após o sismo, o Paquistão lançou uma nova fase da campanha, forçando a saída de milhares de pessoas que possuíam cartões de refugiado da ONU. O ACNUR estima que, desde abril, mais de 478.000 afegãos regressaram do Paquistão, muitos deles para a região epicentro do sismo, exacerbando a crise humanitária num país já devastado por décadas de conflito e agora por uma catástrofe natural.













