Um novo surto de Ébola foi oficialmente declarado na província do Kasai, na República Democrática do Congo (RDCongo), com um balanço provisório de 15 mortos e 28 casos suspeitos. A elevada taxa de mortalidade, estimada em 57%, ilustra a gravidade da situação e levou a uma resposta de emergência coordenada entre as autoridades congolesas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC). Este é o décimo sexto surto de Ébola no país e o primeiro na província de Kasai desde 2008.
O diretor-geral do África CDC, Jean Kaseya, deslocou-se à RDCongo para coordenar a resposta, que inclui a mobilização de equipas especializadas para reforçar a vigilância, o rastreamento de contactos e a capacidade laboratorial.
A OMS já enviou duas toneladas de suprimentos, incluindo equipamento de proteção individual e um laboratório móvel. O país possui um stock de cerca de 2.000 doses de vacina, que serão enviadas para a região afetada. O surto ocorre num contexto de múltiplas crises de saúde no país, incluindo mpox e cólera, e é agravado por cortes na ajuda internacional. A União Africana reafirmou o seu compromisso de apoiar a RDCongo, enfatizando a proteção dos profissionais de saúde na linha da frente através de medidas “robustas” de prevenção e vacinação, num esforço para conter a propagação do vírus.
Em resumoA declaração de um novo surto de Ébola na RDCongo, com uma alta taxa de mortalidade, mobilizou uma resposta de emergência da União Africana e da OMS. A crise sanitária, que já causou 15 mortes, testa a capacidade de resposta do país e do continente, num cenário já fragilizado por outras epidemias e cortes na ajuda internacional.