Esta advertência surge num momento de crescente pressão internacional pela solução de dois Estados, impulsionada pela devastadora campanha militar de Israel em Gaza.

Numa visita do seu homólogo dinamarquês, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, foi explícito ao afirmar que o reconhecimento da Palestina por parte de países ocidentais "levará Israel a tomar medidas unilaterais também".

Embora não tenha especificado as ações, o governo já aprovou em agosto a construção de 3.400 novas habitações na Cisjordânia, um território que a comunidade internacional considera essencial para a viabilidade de um futuro Estado palestiniano. Esta posição reflete uma estratégia de endurecimento por parte do governo de Benjamin Netanyahu, que declarou estar disposto a sacrificar a reputação internacional de Israel em prol da vitória militar. "Se tiver de escolher entre a vitória sobre os nossos inimigos e a má propaganda contra nós, prefiro a vitória sobre os nossos inimigos", afirmou Netanyahu, definindo a vitória como a eliminação do Hamas, a libertação dos reféns e a garantia de que Gaza não represente mais uma ameaça.

A advertência israelita ocorre num contexto de crescente isolamento diplomático, com países como Espanha, Irlanda e Noruega a reconhecerem a Palestina na primavera de 2024, e com a França a liderar um esforço para que mais nações o façam na Assembleia Geral da ONU em setembro.

O governo português também anunciou que irá consultar os partidos e o Presidente da República sobre esta possibilidade.