Após o sismo mais mortífero das últimas três décadas, o Afeganistão enfrenta uma grave crise humanitária, com a Organização Mundial da Saúde a alertar para um elevado risco de epidemias. A destruição de milhares de casas e a atividade sísmica persistente agravam a vulnerabilidade da população, enquanto a ONU prepara um apelo de emergência para a reconstrução. O terramoto de magnitude 6.0, que abalou o leste do país, deixou um rasto de destruição com mais de 2.205 mortos, 3.640 feridos e quase 7.000 casas destruídas, afetando cerca de 84.000 pessoas. A OMS alertou para uma "segunda vaga" da catástrofe, destacando o risco de surtos de doenças como infeções respiratórias agudas, diarreia aquosa aguda e malária, devido às "condições de superlotação nos abrigos, água não potável e más condições de vida". A preocupação aumentou após um teste de diagnóstico rápido para diarreia aquosa aguda ter dado positivo, levantando suspeitas de um caso de cólera.
A resposta humanitária é dificultada pela geografia montanhosa, estradas bloqueadas por deslizamentos e uma atividade sísmica persistente, com novas réplicas a espalhar o pânico.
A situação é particularmente grave para as mulheres, que, devido às restrições do regime talibã, enfrentam barreiras no acesso a socorro por parte de equipas de emergência exclusivamente masculinas, tornando-as "invisíveis" na resposta à crise. Perante a incapacidade do país para lidar sozinho com a devastação, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anunciou que irá lançar um apelo de emergência para financiar a reconstrução.
Em resumoA catástrofe do sismo no Afeganistão foi agravada por uma crise sanitária iminente, com a OMS a alertar para surtos de cólera e outras doenças. A destruição generalizada, a fragilidade do sistema de saúde, a dificuldade de acesso e as réplicas contínuas criaram uma situação desesperada, levando a ONU a preparar um apelo de emergência internacional para a reconstrução do país.