O governo francês liderado por François Bayrou enfrenta uma moção de confiança crucial esta segunda-feira, com a queda do executivo a ser o cenário mais provável. A crise política, desencadeada por um plano de austeridade impopular, ameaça mergulhar a França numa nova fase de instabilidade, com a possibilidade de eleições antecipadas no horizonte. A moção de confiança, um ato pouco comum iniciado pelo próprio primeiro-ministro, visa legitimar um plano orçamental para 2026 que prevê cortes acentuados nas despesas para reduzir o défice público.
Entre as medidas mais contestadas está a proposta de eliminação de dois feriados, o que gerou forte oposição e a convocação de protestos em massa.
A maioria dos partidos da oposição, desde a extrema-direita do Rassemblement National à esquerda do La France Insoumise, já anunciou que votará contra o governo, tornando a sua queda quase inevitável.
Caso Bayrou perca a votação, será forçado a demitir-se, cabendo ao Presidente Emmanuel Macron nomear um sucessor ou dissolver o parlamento e convocar novas eleições legislativas.
Analistas políticos consideram que qualquer novo primeiro-ministro enfrentaria o mesmo obstáculo de uma Assembleia Nacional altamente fragmentada, tornando a instabilidade política crónica um cenário provável para a França nos próximos tempos. A crise agrava-se com a organização de uma "greve de pagamentos com cartão", um movimento que visa boicotar as diretrizes do governo para "atingir onde dói: a carteira do sistema".
Em resumoA França está à beira de uma nova crise política, com o governo de François Bayrou a enfrentar uma moção de confiança que provavelmente perderá devido a um controverso plano de austeridade. A iminente queda do executivo e a convocação de protestos em massa, incluindo uma greve de pagamentos, colocam o Presidente Macron perante a difícil escolha entre nomear um novo primeiro-ministro ou convocar eleições antecipadas.