O governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, aprovou formalmente nove "medidas contra o genocídio em Gaza e de apoio à população palestiniana". Entre as medidas, destaca-se a proibição de entrada em território espanhol de "todas aquelas pessoas que participem de forma direta no genocídio, na violação dos Direitos Humanos e nos crimes de guerra na Faixa de Gaza". A lista de sancionados inclui os ministros de extrema-direita Itamar Ben Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças). Em resposta, Israel acusou Espanha de "antissemitismo institucionalizado" e anunciou a proibição de entrada no país das ministras espanholas Yolanda Díaz e Sira Rego, ambas do partido de esquerda Somar. O ministro israelita Gideon Saar acusou o governo espanhol de se deixar influenciar pela propaganda do Hamas.

A escalada de tensões culminou com a decisão de Espanha de retirar a sua embaixadora em Telavive, Ana María Salomon, chamando-a para consultas em Madrid sem data prevista para o regresso. O ministro da Segurança israelita, Itamar Ben Gvir, reagiu de forma desafiadora, escrevendo nas redes sociais: "Não me deixem entrar... aos de Gaza, deem-lhes entrada livre em Espanha".

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, justificou a manutenção das relações diplomáticas com a defesa da "solução dos dois Estados", mas a troca de acusações e sanções mútuas evidencia uma profunda fratura diplomática.