Uma onda de protestos violentos no Nepal, motivada pelo bloqueio de redes sociais e pela corrupção governamental, culminou com a demissão do primeiro-ministro, Sharma Oli, e com manifestantes a incendiarem o parlamento em Katmandu. A crise política no Nepal agravou-se drasticamente nas últimas semanas, com dezenas de milhares de manifestantes, maioritariamente jovens da chamada 'Geração Z', a saírem às ruas para protestar contra a decisão do governo de proibir o acesso a plataformas como Facebook, X e YouTube. A justificação oficial para o bloqueio foi a falta de registo legal das empresas no país, mas a medida foi amplamente vista como uma tentativa de censura. Os protestos, que também visavam os "elevados níveis de corrupção no país", resultaram em confrontos com as forças de segurança, que terão usado munições reais, causando pelo menos 19 mortos e mais de 347 feridos.
A violência levou a ONU a apelar a uma investigação "rápida e transparente".
A escalada da contestação forçou a demissão do primeiro-ministro Sharma Oli, que inicialmente se recusara a ceder. Pouco depois da sua demissão, centenas de manifestantes invadiram o complexo do parlamento e incendiaram o edifício principal.
Foram também reportados ataques a residências de líderes políticos.
Embora o governo tenha, entretanto, levantado a proibição das redes sociais, a instabilidade política e social no país permanece elevada.
Em resumoA decisão do governo nepalês de bloquear redes sociais desencadeou protestos massivos que resultaram em dezenas de mortos e na demissão do primeiro-ministro. A crise atingiu o seu auge quando manifestantes incendiaram o parlamento, evidenciando uma profunda instabilidade política e social no país.