O julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e de sete membros da sua cúpula, acusados de tentativa de golpe de Estado, entrou na sua fase final no Supremo Tribunal Federal (STF), com o juiz relator a afirmar a existência de uma conspiração. O processo, que analisa a alegada trama para anular os resultados das eleições de 2022 e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, avançou para a fase de votação dos cinco juízes da Primeira Turma do STF. Na abertura desta fase, o juiz relator, Alexandre de Moraes, foi categórico ao afirmar que "houve tentativa de golpe" no Brasil através de uma "organização criminosa sob a liderança de Jair Messias Bolsonaro".
Moraes sustentou que o julgamento não discute a existência da tentativa, mas sim a participação dos réus.
A acusação, que aponta Bolsonaro como o "principal articulador" do plano, baseia-se em provas como áudios, registos de reuniões e a confissão do seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Os oito réus, incluindo generais e ex-ministros, respondem por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático e participação em organização criminosa armada.
O julgamento, que decorre com sessões diárias, deverá ter um desfecho até ao final da semana.
Caso sejam condenados, a entrada na prisão não será imediata, pois ainda existem possibilidades de recurso. O ex-presidente, que cumpre prisão domiciliária, não marcou presença no tribunal, alegando motivos de saúde.
Em resumoO julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado no Brasil avançou para a fase de votação dos juízes do Supremo Tribunal Federal. O juiz relator, Alexandre de Moraes, declarou inequivocamente que existiu uma "organização criminosa" liderada pelo ex-presidente para subverter a democracia, antecipando uma possível condenação.