Um ataque aéreo sem precedentes de Israel em Doha, capital do Qatar, visando uma delegação do Hamas, marcou uma perigosa escalada no conflito do Médio Oriente. A operação não só pôs em causa o papel do Qatar como mediador crucial nas negociações de paz, como também gerou uma onda de condenação internacional, com o país anfitrião a classificar a ação como "terrorismo de Estado". O ataque de terça-feira visou um complexo onde se encontravam líderes do Hamas para discutir uma proposta de cessar-fogo formulada pelos Estados Unidos. A operação resultou na morte de cinco membros do Hamas e de um agente de segurança qatari, embora os principais dirigentes da delegação de negociadores tenham sobrevivido. Fawzi Barhoum, um responsável do Hamas, afirmou que "este crime era (...) o assassinato de todo o processo de negociação". O primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, criticou duramente o seu homólogo israelita, Benjamin Netanyahu, acusando-o de ter "matado qualquer esperança" de libertação dos reféns em Gaza.
A situação diplomática agravou-se com informações contraditórias sobre o pré-aviso do ataque.
Os EUA afirmaram inicialmente ter alertado Doha, o que foi negado pelo Qatar.
Posteriormente, o presidente Donald Trump admitiu que o aviso "chegou, infelizmente, demasiado tarde para impedir o ataque".
Em resposta, o Qatar negou estar a reavaliar as suas relações de segurança com os EUA, mas convocou uma cimeira de emergência com líderes árabes e islâmicos para debater a agressão israelita.
A comunidade internacional, incluindo o Canadá e países africanos, condenou a ação, aumentando o isolamento de Israel.
Em resumoO ataque israelita em Doha representa uma grave escalada do conflito, minando os esforços de mediação do Qatar e pondo em risco as negociações para um cessar-fogo em Gaza. A ação gerou forte condenação internacional e aprofundou a crise diplomática no Médio Oriente, com o Hamas a acusar Israel de sabotar o processo de paz e o Qatar a classificar o ataque como terrorismo de Estado.